MAURÍCIA FIGUEIRA FOTO: BRUNA SAMPAIO
Desde fevereiro, o monotrilho da linha 15-Prata, na zona leste de São Paulo, não está operando. A falta de funcionamento se deve a um pneu que estourou no dia 27 daquele mês. Segundo discurso do deputado Dr. Jorge do Carmo (PT) na Tribuna Virtual desta segunda-feira (l°/6), a empresa responsável pela obra do monotrilho entregou as estações de Vila Prudente até Colonial, em São Matheus, na zona leste. “A expectativa era retornar o funcionamento da linha hoje, o que não ocorreu. Estamos falando de uma obra que custou bilhões aos cofres públicos. Não sabemos quando vai retornar. Dependemos de uma empresa canadense para consertar a linha. Os órgãos de fiscalização têm de tomar uma providência”, afirmou o deputado. Para o Dr. Jorge do Carmo, o ideal teria sido a construção de metrô para atender a população da região, em vez de um monotrilho.
O assunto seguinte da Tribuna Virtual foi a flexibilização da quarentena no Estado de São Paulo. A deputada Janaina Paschoal (PSL) pediu que o governador reveja o processo de reabertura. “O pleito que faço é que as normas do processo sejam claras e que a burocracia não impere”. A parlamentar considera que nem todos os empreendimentos possuem associações representativas para entrar com o pedido de reabertura. “O governo deveria definir quem vai reabrir e quais os procedimentos a serem adotados pelos estabelecimentos, com os critérios publicados de forma clara”. Como exemplo, a deputada citou costureiras e sapateiros que trabalham sozinhos. “Excesso de regras não protege ninguém e abre portas para a corrupção”, ressaltou.
Manifestações e manifestos
Diversas manifestações marcaram o fim de semana no país. Para Janaina Paschoal, existe a hipótese de que o isolamento social esteja gerando uma “energia contida” e pediu que o processo de reabertura seja acelerado “não só em nome da preservação da atividade econômica, mas também em virtude da crise política na qual estamos mergulhados. São muitas pessoas tensas, agoniadas, presas há muito tempo”.
Carlos Giannazi (PSOL) também comentou os protestos do final de semana. “Tivemos várias manifestações defendendo a democracia. Na Paulista tivemos uma grande movimentação de torcidas organizadas. Os grupos neonazistas não têm o monopólio das ruas. A sociedade se deu conta da gravidade da situação. A sociedade não aceita mais ameaças de Al-5”.
Giannazi informou que vários setores da sociedade assinaram, nos últimos dias, diversos manifestos. Entre eles, o parlamentar citou o movimento
“Estamos Juntos”, lançado na última sexta-feira que conta com mais de cem mil apoiadores. O “Estamos Juntos” reúne intelectuais, artistas e políticos de diferentes linhas ideológicas e se denomina antifascismo. Apoiam o movimento personalidades como Fernando Henrique Cardoso, Fernando Haddad, Felipe Neto e Nelson Jobim. Outras campanhas exemplificadas por Giannazi foram o Basta!, manifesto assinado por mais de 600 juristas contra o presidente Bolsonaro, o Somos 70 por cento e o Forças Armadas pela Democracia. “A reação está sendo forte, há uma espécie de frente ampla democrática no Brasil para enfrentar os bolsonaristas lunáticos. Não só a esquerda, mas a direita liberal, os setores vêm se organizando, há um consenso de que a democracia precisa ser preservada”, comentou Giannazi. O parlamentar também citou matéria de um jornal de grande circulação que diz que há semelhança entre os dias de hoje com a campanha Diretas Já. “Quero saudar esse movimento contra o neofascismo e os manifestos que citei em defesa da democracia”.
Voltando à Tribuna Virtual, Janaina Paschoal falou que, apesar de ser corintiana, nunca soube de torcida organizada ter movimento político e parabenizou a Polícia Militar pelas intervenções durante as manifestações. “Vou me opor a toda e qualquer ditadura, seja de direita, seja de esquerda. Vou me opor firmemente a todo tipo de movimento que possa gerar conflitos na sociedade brasileira. Sou adepta a mudar o que é ruim, mas sem luta física, sem sangue”.
Uma das manifestações ocorridas no final de semana comentadas pela deputada ocorreu na madrugada de sábado para domingo, em frente ao STF. “Aquela coisa esquisita, pessoas com capas pretas, com tochas, poderia achar que era reprodução da Ku Klux Klan, vem a carta do ministro Celso de Mello, compreensivelmente assustado, chamando atenção dos colegas para o que está acontecendo.
Fiquei muito impressionada. Achei aquilo muito estranho”. A deputada comentou que uma das líderes desse movimento era ativista pró-aborto três anos atrás. “Como pode uma mudança tão radical?”, indagou a parlamentar. “É importante resgatar o histórico das pessoas envolvidas para entendermos até que ponto essas pessoas são aliadas do governo mesmo. Não trabalhamos tanto para defender a democracia para dar espaço para grupos que eventualmente defendam pautas neonazi”. Janaina Paschoal colocou em dúvida a autenticidade dos movimentos neonazistas que estão ocorrendo no país. “Essas manifestações são realmente neonazi ou são oportunas para construir esse estigma de que foi eleito um governo de direita neonazi? Tudo isso que está acontecendo prejudica os verdadeiros direitistas, os verdadeiros defensores dos valores conservadores”, finalizou.
Retornando à Tribuna Virtual, Carlos Giannazi afirmou que a Polícia Militar tratou as manifestações na avenida Paulista de maneira desigual. “A Polícia Militar teve lado. Agrediu a manifestação e protegeu a outra. A polícia me parece complacente com esses grupos neofascistas. Em manifestação pela democracia, é bomba, bala de borracha”.
Encerrando a Tribuna Virtual desta segunda-feira, Carlos Giannazi comentou pesquisa feita pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). “A pesquisa mostra que compareceram às aulas virtuais apenas 22% da rede. Os nossos alunos não têm computadores. É um absurdo que a secretaria continue tratando a educação como se estivéssemos numa normalidade”.