Por: Janaina Conceição Paschoal
Janaína Paschoal escreveu ao O Antagonista sobe este um ano do impeachment de Dilma Rousseff:
“Após um ano do afastamento de Dilma Rousseff, vieram a público fatos ainda mais graves do que aqueles debatidos durante o processo de impeachment. Em sua delação (não contestada pelos envolvidos), Marcelo Odebrecht afirma ter se reunido com Graça Foster, no Hotel Transamerica em São Paulo, para tratar do pagamento de propinas. Só o que interessava a Graça era saber se além do PMDB, o PT também seria beneficiado. Marcelo diz que, relativamente a um contrato, Graça não entregou o combinado e ele foi pessoalmente falar com Dilma. Marcelo falou abertamente a Dilma que PMDB e PT haviam sido pagos pelo contrato. No lugar de denunciar os crimes, Dilma pediu a Mantega e a José Eduardo Cardozo que intermediassem o conflito entre Marcelo e Graça. Ou seja, ela queria que a Odebrecht continuasse sendo contemplada.”
Mas não é só, acrescentou uma das advogadas do impeachment:
“Emílio Odebrecht confirmou o que escrevemos em nossa denúncia, ao trazer detalhes das operações feitas com a ditaduras parceiras do petismo. Lula garantiu a liberação do dinheiro pelo BNDES e, depois, Dilma perdoou a dívida. Como faláramos, já em setembro de 2015, o conluio entre Odebrecht, Lula e Dilma é inegável. No lugar de enfrentar os fatos, como fez durante todo o processo de impeachment, o advogado de Dilma ressuscita a teoria da vingança. Trata-se de uma cortina de fumaça para, novamente, fugir de explicar as graves imputações. Aproveitam o fato de haver muitos políticos e partidos acuados, para tentar dar cores à ficção do golpe. A estratégia deles é a maior prova de sua culpa.”
Janaína completou:
“O que veio à tona após o afastamento de Dilma prova que fizemos um grande bem ao país, tirando esse partido do poder. A prova que Dilma sempre soube e participou ativamente de tudo é que, apesar das revelações, ela continua fazendo cara de paisagem. Ela é muito mais esperta do que parece. Enganados fomos nós. Como sempre disse, que caia quem tiver que cair, não tenho partido nem político de estimação. O impeachment foi a melhor coisa que poderia ter ocorrido para o nosso país. Se voltássemos no tempo, pediria o impeachment de novo. A única diferença seria que a delação da Odebrecht seria anexada.”
Fonte: O Antagonista