MAURÍCIA FIGUEIRA
Na Tribuna Virtual desta quarta-feira (13/5), a deputada Janaina Paschoal (PSL) pediu ao prefeito Bruno Covas que reveja o rodízio em São Paulo. “Estamos num momento difícil, as autoridades estão sendo desafiadas no limite, mas muito respeitosamente gostaria de pedir que o prefeito reveja a iniciativa desse rodízio tão radical”. A deputada comentou que o rodízio gerou um aumento do número de passageiros nos transportes públicos, o que aumenta o contágio do coronavírus. Além das categorias de profissionais essenciais, a deputada lembrou de diversas categorias que não pararam de ir ao trabalho, como porteiros, entregadores e cuidadores de idosos. “Esses profissionais precisam de transporte público. Quem não precisa sair para trabalhar já não estava saindo. Quem estava saindo realmente precisa sair e essa medida
prejudicou todo mundo, quem tem e quem não tem veículo”.
Janaina Paschoal relatou também que está tendo dificuldade de ter acesso ao contrato da compra de respiradores pelo Estado de São Paulo. “O deputado estadual tem o preceito constitucional de fiscalizar e tem direito de ter acesso às informações e aos documentos. Recebemos a
informação de que os dados estão no site, mas não estão”.
Menos radicalismo
Em seguida, a parlamentar se dirigiu aos apoiadores do presidente Bolsonaro. Citando a instabilidade no país, Janaina afirmou que as atitudes dos seguidores do presidente podem prejudicar a continuidade do mandato. “O radicalismo na condução do governo, na manifestação dos apoiadores, na fala de vários ministros, dos filhos do presidente, esse radicalismo desnecessário está dando um discurso para que seja pedido o afastamento”. Janaina Paschoal informou que está acompanhando os depoimentos do inquérito instaurado no STF.
“Tecnicamente, sob o ponto de vista jurídico penal, não consigo deslumbrar nenhum crime. Não ficou evidenciado em nenhum momento que o presidente tenha pedido para interferir em investigações determinadas, não ficou evidenciado que o presidente tenha pedido para criar investigações contra opositores”.
Para a parlamentar, os discursos dos apoiadores do presidente pedindo intervenção e fechamento do Congresso podem vir a serem considerados crimes. “Sou a favor da liberdade de expressão, mas a maior parte dos estudiosos do direito tem um entendimento da fala como instrumento da prática de crime muito mais ampla, então comecem a perceber que inquéritos estão sendo instaurados por crime contra o estado democrático de direito, por crime contra a segurança nacional”. Janaina Paschoal considera que não há legitimidade nesses inquéritos. Mas, segundo ela, a maior parte dos estudiosos de direito considera que sim. “Os apoiadores do presidente Bolsonaro estão dando o discurso para esse afastamento. Peço que, se essas pessoas querem que o presidente termine esse mandato, parem com essa radicalização”.
Impeachment
A deputada fez uma comparação da situação atual com o início do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. “Eu sei como o impeachment da Dilma começou. Eu fui procurar as pessoas. Eu fui investigar os desvios. Eu, por ter medo do totalitarismo do petismo, que
queria fazer da América Latina uma grande Venezuela. É muito difícil para alguém que realmente lutou contra um totalitarismo defender um grupo que a cada dia se mostra mais totalitarista”.
Segundo Janaina Paschoal, o presidente Bolsonaro precisa mudar de atitude para terminar o mandato. “Estou falando em internalizar o fato de que estamos numa democracia e que temos de governar numa democracia. Se ele não conseguir internalizar isso, não terá como terminar o mandato. As pessoas que o estão instigando a endurecer o discurso estão, na verdade, ajudando a afundar o presidente. Não é possível tamanha falta de inteligência. Estão construindo o arcabouço jurídico para retirar o presidente por meio de um processo por crime de responsabilidade”, finalizou a deputada.
Crise econômica
Em seguida, o deputado Marcio da Farmácia (PODEMOS) informou que faz parte de um grupo de deputados que está acompanhando os processos licitatórios do Estado de São Paulo, como a compra dos respiradores. A crise econômica gerada pela pandemia também foi abordada pelo parlamentar. “Temos de nos unir para passar por essa fase dura. A pandemia vai passar, mas sabemos que vai ficar um
desgaste muito grande em todo o Brasil, o desgaste econômico”. Segundo Marcio da Farmácia, os deputados estão fazendo diversas
reuniões para achar meios de enfrentar a crise. “Quero agradecer o trabalho do Cauê Macris e do Carlão Pignatari que têm nos acompanhado todos os dias para que possamos achar soluções para ajudar a população do Estado de São Paulo”.
Encerrando a Tribuna Virtual desta quarta-feira, Marcio da Farmácia pediu que a população se proteja. “Não deixe que essa doença chegue próximo a sua família. Para isolar essa doença, vamos fazer o isolamento social”.