Na tarde de ontem, 24 de janeiro, a Deputada Janaina Paschoal recebeu em seu gabinete um grupo de estudantes de enfermagem. O grupo desenvolveu uma pesquisa de campo sobre o uso do narguilé, inclusive entre menores de idade, em tabacarias espalhadas por São Paulo.
Acompanhados pela professora que coordenou a pesquisa, os futuros enfermeiros alertaram que o uso do narguilé pode acarretar riscos para a saúde: uma tragada equivale a 100 cigarros, segundo estudos e, além disso, a piteira compatilhada também pode transmitir doenças.
Segue o relato do encontro, postado pela deputada em suas redes sociais:
“Ontem, na Alesp, recebi um grupo de pesquisadores, que foram apresentar estudo de campo feito relativamente ao uso do narguilé. Os pesquisadores são da área de Enfermagem e, por isso, trouxeram a proposta de criar uma lei, visando à desinfecção dos narguilés.
O levantamento de campo feito pelo grupo mostrou que a higienização não seria feita a contento, possibilitando a transmissão de doenças. Os narguilés são usados de forma coletiva, o que potencializa as contaminações.
O grupo também identificou que as tabacarias fazem um registro da pessoa que aluga o narguilé, mas não de todos os usuários que o compartilharam, impossibilitando buscar eventuais contaminados, na hipótese de notificação de uma doença compulsória.
Como meu foco é também a prevenção dos males das drogas lícitas e ilícitas, indaguei sobre os efeitos do consumo de tabaco por meio do narguilé. Os profissionais foram categóricos ao afirmar que os danos são potencializados, sobretudo pelo uso das essências.
Confirmaram a informação de que os pais, mal informados, não raras vezes consentem que seus filhos (menores de idade) usem o narguilé, por crer se tratar de um vaporzinho perfumado.
Necessário conscientizar as famílias acerca dos danos dessa prática. O grupo apresentou uma proposta para obrigar a desinfecção do narguilé e a identificação de todos os seus usuários. Vou levar a proposta à Comissão de Saúde. Independentemente, importante informar os pais.
Aproveito o ensejo para dizer que a proposta do Ministro Guedes, de elevar os impostos sobre álcool e tabaco está em consonância com as boas políticas preventivas. Há anos, o tema é debatido em Congressos Médicos. O preço da pinga, no Brasil, é um problema de saúde pública.
Lembro, ainda, que fornecer álcool e tabaco a crianças e adolescentes é crime; o crime se aplica também àqueles que admitem que menores usem o narguilé. (Artigo 243 do ECA).”